A Evolução dos Cookies de Terceiros no Google Chrome: Uma Análise Profunda
Para aqueles que atuam no mundo digital, a saga dos cookies de terceiros no Google Chrome é um tópico bem conhecido. Se você não está a par, aqui está um resumo dessa longa jornada:
1. Anúncio Inicial: O Google anunciou que descontinuaria os cookies de terceiros no Chrome até 2023.
2. Primeiro Atraso: Em 2023, a data foi postergada para 2024.
3. Novo Ajuste: No início de 2024, a previsão foi alterada para a metade do ano.
4. Outra Mudança: Na metade de 2024, a previsão mudou para 2025.
5. Decisão Final: Recentemente, o Google decidiu abandonar permanentemente essa iniciativa, mantendo os cookies de terceiros.
Essa incerteza gerada pelo Google, juntamente com a desinformação disseminada por diversos “gurus” da internet, causou ansiedade entre empresas, especialistas e usuários.
No início de 2024, nós, da Métricas Boss, gravamos um podcast explicando detalhadamente o tema. Discutimos não apenas o possível fim dos cookies, mas também os diferentes tipos de cookies, como o Google e outros navegadores (Safari e Firefox) tratavam o assunto, e exploramos o Privacy Sandbox do Google, o ponto central desta notícia.
O Novo Caminho do Privacy Sandbox
O blog do Google destaca as considerações feitas pela Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) e pelo Gabinete do Comissário de Informação (ICO) do Reino Unido. Logo após o início dos testes, esses órgãos reguladores questionaram a decisão do Google de bloquear cookies de terceiros.
O feedback recebido de publishers, desenvolvedores web, sociedade civil e participantes da indústria publicitária foi fundamental para a criação de soluções que visam apoiar um mercado competitivo e próspero, além de promover tecnologias que melhoram a privacidade.
Cookies de Terceiros e o Mercado de Navegadores
Cookies de terceiros são aqueles que não pertencem ao site visitado. Por exemplo, um banner publicitário pode usar cookies para rastrear usuários em diferentes páginas. Defensores da privacidade têm solicitado ferramentas para bloquear esses cookies.
O Firefox foi pioneiro nessa questão, influenciando outros navegadores como Edge (Microsoft) e Safari (Apple) a adotarem medidas semelhantes. Para o Google, a situação é mais complexa devido ao domínio do Chrome no mercado de navegadores e à sua dependência da receita publicitária, que utiliza cookies para direcionar anúncios. Qualquer mudança significativa poderia ter um grande impacto financeiro.
Iniciativas do Google e o Privacy Sandbox
O Google tentou desenvolver novas formas de segmentação de anúncios, como a aprendizagem federada de coortes (FLoC). Contudo, essa abordagem foi rejeitada por concorrentes. Desde então, o Google tem trabalhado nas APIs do Privacy Sandbox, uma iniciativa que chamou a atenção das autoridades reguladoras do Reino Unido. Havia preocupações de que substituir os cookies de terceiros por um padrão próprio poderia prejudicar a concorrência.
Decisão de Manter os Cookies de Terceiros
Sem um consenso, o Google optou por não bloquear os cookies de terceiros, mas continuará desenvolvendo o Privacy Sandbox. A empresa anunciou:
“Desenvolvemos o Privacy Sandbox com o objetivo de encontrar soluções inovadoras que melhorem significativamente a privacidade online, preservando ao mesmo tempo uma Internet suportada por anúncios que ampara um ecossistema vibrante de publishers, conecta empresas com clientes e oferece a todos nós acesso gratuito a uma ampla gama de conteúdo.
Ao longo deste processo, recebemos feedback de uma ampla variedade de partes interessadas, incluindo reguladores como a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) do Reino Unido e o Gabinete do Comissário de Informação (ICO), publishers, desenvolvedores web, sociedade civil e participantes da indústria publicitária. Esse feedback nos ajudou a criar soluções que visam apoiar um mercado competitivo e próspero que funcione para publishers e anunciantes e incentivar a adoção de tecnologias que melhoram a privacidade.
Os primeiros testes realizados por empresas de tecnologia de publicidade, incluindo o Google, indicaram que as APIs Privacy Sandbox têm potencial para alcançar esses resultados. E esperamos que o desempenho geral usando APIs Privacy Sandbox melhore com o tempo, à medida que a adoção do setor aumenta. Ao mesmo tempo, reconhecemos que esta transição exige um trabalho significativo por parte de muitos participantes e terá um impacto nos publishers, nos anunciantes e em todos os envolvidos na publicidade online.
Diante disso, propomos uma abordagem atualizada que permite aos usuários escolher. Em vez de descontinuar os cookies de terceiros, apresentaríamos uma nova experiência no Chrome que permitiria às pessoas fazer uma escolha informada à sua navegação na web, e elas poderiam ajustar essa escolha a qualquer momento. Estamos discutindo esse novo caminho com os reguladores e envolveremos a indústria à medida que o implementamos.
À medida que isso avança, continua sendo importante que os desenvolvedores tenham alternativas que preservam a privacidade. Continuaremos disponibilizando as APIs do Privacy Sandbox e investindo nelas para melhorar ainda mais a privacidade e a utilidade. Também pretendemos oferecer controles de privacidade adicionais, por isso planejamos introduzir a Proteção de IP no modo de navegação anônima do Chrome.
Somos gratos a todas as organizações e indivíduos que trabalharam conosco nos últimos quatro anos para desenvolver, testar e adotar o Privacy Sandbox. E à medida que finalizarmos esta abordagem, continuaremos a consultar a CMA, a ICO e outros reguladores a nível mundial. Esperamos continuar a colaboração com o ecossistema na próxima fase da jornada para uma web mais privada.”
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